sexta-feira, 11 de março de 2011

Será que precisamos mesmo fazer tudo pelo outro?

É! Uma relação é feita de dois. A questão é: “Quem pode ceder mais, quem pode abrir mão de seus desejos, quem pode ser mais ou menos permissivo sem se deixar de lado, sem se abandonar?”

Isso! Como fazer uma omelete sem quebrar os ovos? Como atender ao outro sem deixar de lado sonhos, desejos etc.
É complexo. Complexo, mas eu diria possível, quando a decisão é PERMANECER UNIDO.
Nem sempre numa relação a dois há um equilíbrio perfeito entre conceder e não conceder. E isso não quer dizer nada. Não quer dizer que não gostamos do outro. Não quer dizer que somos intolerantes. Não quer dizer, em absoluto, que somos radicais e que tudo tem de ser feito a nosso modo, do nosso jeito.
Fato é que na dinâmica dessa relação talvez seja assim.

Dá para mudar? Dá!?!?

Dá para mudar, mas a questão é: “Queremos mudar? Estamos prontos para a transformação?”
Por vezes não. E isso também não quer dizer nada. Quer dizer, sim, que nesse momento, para o que temos agora, o que podemos fazer e entregar é isso.
Nesse momento não dá para conceder. Não dá para fazer de outro jeito. Não dá para abrir mão de um centímetro de decisão. Pois qualquer alteração no contexto nessa direção nos fará morrer.
Estamos então agindo de forma egoísta? Não creio.

Egoísta é aquele que não consegue se amar e por consequência não pode amar ao outro ou a qualquer coisa. Quando estamos “travados”, ou melhor, “fechados para mudanças”, estamos mais é tentando nos proteger. Os motivos podem ser inúmeros. Podemos ter sido muito invadidos no passado, podemos nos sentir mal de outra forma, podemos estar numa fase mais autossuficiente etc. E, nesse caso, para abrir mão e incluir o outro e seus desejos pode ser bom, mas, garanto, é impossível.

O que acontece então de fato? Por que, se gostamos do outro, não conseguimos praticar o NÓS e continuamos no EU? Para quem está decidindo, tudo normal. Para o outro, tudo vem mascarado de uma grande guerra de poder. Na qual não haverá por certo vencedor.
Um que quer fazer a seu modo e outro que se submete, mas – verdadeiramente – não se submete, e cobra, questiona, se chateia.

Ora, vamos aos fatos. Se um decide, faz e acontece, e o outro acompanha – que o faça se e quando quiser. Está aí para tanto o livre-arbítrio. Não precisamos solicitar a nenhuma pessoa que siga nossos passos. Imagine se fosse assim com os grandes líderes? É claro que temos de ser o exemplo do que queremos no outro, e então independência seria um bom tipo de atitude para aprender e defender...

Se não precisamos seguir os passos de outra pessoa, tampouco o outro precisa seguir nossos passos – o faz se quiser... Fica se quiser, se se sentir amado. E amar – de novo – não é fazer tudo pelo outro, longe disso!
Vamos ficar mais solitários sem o outro? Talvez. Talvez seja esse o preço a pagar quando precisamos de mais espaço do que o normal. Agora, uma coisa é certa – escolher estar ao lado de alguém – seja um amigo, um parceiro, seja um funcionário – tem de ser muito bom!

Afinal, ficar só, fazer tudo no nosso ritmo, com a nossa escolha, é tão positivo que, para mudar qualquer ponto, é preciso que seja extraordinário. A vantagem de incluir o outro é que o aprendizado é maior, o crescimento mais rápido e o amadurecimento, melhor.

Dá para fazer do modo? Dá. Às vezes, o amor, a amizade e o companheirismo podem nos transformar. Outras vezes, não. E, de novo, isso não é bom nem ruim...

É! Escolhas, sempre escolhas.

Por Sandra Maia

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